Desigualdades Digitais: no contexto da Sociedade da Informação

Quando em 1973 Daniel Bell publicou The Coming of the Post Industrial Society estaria por certo longe de supor o intenso debate que a obra viria a suscitar. Não é senão depois desta proposta que surge a noção de Sociedade da Informação. Inúmeros trabalhos haveriam de suceder-lhe. Uns seguindo uma linha francamente optimista, quiçá profética, outros, pelo contrário, um registo profundamente pessimista. No final da década de 1990, o movimento tecno-realista procurou alcançar um compromisso entre ambas as correntes. A discussão em torno do conceito de Sociedade da Informação apresenta um amplo e não negligenciável conjunto de questões laterais igualmente ricas. Não se pode, contudo, falar numa disponibilidade digital universal sem que antes seja mitigado aquele que se transformou num dos tópicos mais estudados da Sociedade da Informação: o digital divide. Além do problema das desigualdades digitais o processo de construção de uma Sociedade da Informação tem colocado inúmeros e imbricados desafios económicos, sociais, políticos, jurídicos... A emergência da Sociedade da Informação está, pois, a obrigar a uma profunda refundação das mais variadas estruturas das sociedades contemporâneas.